Sunspot Jungle e The lady and the poet.
- walter tierno
- 3 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Finalmente tenho em mãos um exemplar de "Sunspot Jungle, volume 1", com meu conto "The Lady and the Poet" (A Dama e O Poeta), com tradução para o inglês de Christopher Kastensmidt.
Não consegui pegar a versão em capa dura. Parece que não está mais disponível. Mas esta aqui está perfeita para colocar em minha coleção.
O conto se passa nos anos 70, em plena ditadura militar. Infelizmente, mais uma vez, um assunto que reaparece de uma forma triste. Vivemos, em pleno ano de 2021, tempos em que as pessoas com um mínimo de bom senso precisam repetir o quão nefasto foi esse período e que não devemos repetir esse erro, já que as redes sociais estão contaminadas por discursos obscurantistas, anti-democráticos e cabeludas mentiras.
A primeira versão dessa história foi escrita lá no comecinho dos anos 90. Não tinha elementos fantásticos e era uma peça de teatro. Na época, eu estava bastante envolvido com esse meio. Uma amiga minha, a Dulcinea Rebello, agitou uma montagem. Chegamos à pré-produção, mas não passou disso. Se querem saber, em minha opinião: felizmente. A verdade é que aquela versão da história tinha muitos dos erros próprio de um autor (e ser humano) com pouca experiência. No papel principal, teríamos contado a belíssima Zaira Bueno.
Em 2013, revisitei a trama e reescrevi em forma de conto para o já esgotado livro "Amor Lobo". Adicionei a fantasia lupina e a participação de Dona Nhá, minha personagem do livro "Cira e o Velho" (além dessa versão em inglês, o conto também está disponível na segunda edição de Cira e o Velho, de 2020, pela Sisko).
Minha inspiração para a história veio de uma cena que presenciei no tempo em que trabalhava na rua Augusta, na extinta editora Maltese. Em um ponto de ônibus, debaixo de uma garoa forte, vi uma senhora exageradamente maquiada cobrir um office boy trêmulo com sua sombrinha colorida.
Foi uma cena terna e triste. Hoje, penso nela com saudosismo. Aconteceu em um tempo em que ainda garoava em São Paulo. Quando o aquecimento global e a devastação ambiental ainda não tinham destruído a tradição climática da cidade. Quando ainda existia chuva carinhosa, para a qual se podia escrever poesias.
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